ASSURN foi convidada a participar da audiência pública que reuniu setores do comércio da capital potiguar
A ASSURN participou no dia 29 deste mês, na Câmara Municipal de Natal, de uma audiência pública para debater o desperdício de alimentos na capital potiguar. Proposta pelo vereador Felipe Alves (MDB), a audiência contou com representantes de bares e restaurantes, supermercados, entidades e órgãos como a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtas), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Serviço Social do Comércio (Sesc).
O propositor da audiência explicou que o debate chama a atenção para o problema do desperdício de alimentos e conhecimento de iniciativas que possam ser implementadas. “Nós buscamos ações para conscientizar supermercados, restaurantes, hotéis, de que é preciso aproveitar alimentos que perdem valor comercial, mas que ainda podem ser consumidos. Temos uma lei de nossa autoria que concede o selo “Casa Solidária” para estimular a doação de alimentos, premiando estabelecimentos que tenham essas iniciativas, beneficiando as pessoas mais necessitadas”, conta Felipe Alves.
De acordo com o presidente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel/RN), Artur Fontes, cerca de 10% dos alimentos são desperdiçados nos estabelecimentos porque há barreiras legais que impedem as doações diretas. “Se um alimento doado provocar algum mal a quem recebeu, vai gerar grande transtorno para o estabelecimento, por isso, precisaríamos de uma legislação mais flexível e de projetos que tivessem um banco, que fizesse a triagem e a entrega”, sugere.
Projetos como o “Mesa Brasil”, do Sesc, já realizam esse tipo de trabalho. “O Mesa Brasil beneficia 44 mil pessoas por ano aqui. Realizamos todo um planejamento estratégico e ações com o principal objetivo de facilitar a doação e a entrega dos alimentos, por isso nós vamos buscar in loco essas doações e fazemos a distribuição”, relata o diretor regional do Sesc, Fernando Virgílio.
Já a Semtas tem um serviço de segurança alimentar e nutricional que trabalha com orientação das famílias e entidades assistidas. Além disso, dispõe de um banco de alimentos que está sendo reestruturado. “Trabalhamos com a política de reeducação alimentar para as pessoas saberem aproveitar melhor os alimentos, com reuniões nas comunidades, programa sopa solidária em que famílias são referenciadas para orientá-las e sensibilizá-las sobre o desperdício e, consequentemente, tendo mais qualidade de vida”, explica a secretária adjunta da Semtas, Maria José de Medeiros.
A lei mencionada pelo vereador Felipe Alves, que foi sancionada em 2016, ainda depende de regulamentação.
*Com informações da CMN
*Fotos: Marcelo Barroso
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